O estabelecimento de Metas é uma Arte. É um trabalho sofisticado. Requer conhecer com muita propriedade o Negócio, o Mercado, o Capital Humano, a Cultura Organizacional .   Não são raras as vezes que nos deparamos nas Empresas Familiares com a falta de dados e métricas confiáveis que balizem essa construção. Metas são estabelecidas  com frequência com base no histórico  ao qual é acrescido  um percentual que sinaliza uma expectativa/desejo de crescimento. Muitas vezes esse processo se desenha de modo genérico, vago e desconectado de um conhecimento do mercado e da própria empresa. E voilá.

Falconi e seu viés de gestão é amplamente conhecido no Brasil. A obsessão com Metas é parte dessa cartilha. E muitas vezes emerge o questionamento  se tal exigência não seria excessiva. É  um questionamento válido que  remete ao Papel da  Cultura Organizacional,  de suas Lideranças  da sua Governança.

Por outro lado, grifamos a importância de pensar nos efeitos de uma Organização desprovida de uma Gestão fundamentada em  Metas consistentes e desafiadoras. Um piloto de avião sem um confiável painel de controle seria uma imagem desesperadora. É interessante essa entrevista com Falconi na qual  as Metas são articuladas com a Arte de Conhecer o Negócio. Nesse sentido, a experiência de persegui-las seria  um processo de aprendizagem. (E evidentemente que assumir riscos e errar deveria ser acolhido e valorizado nessa perspectiva).

Se os donos da empresa são os donos do Capital e do Risco envolvido na Empresa há um arranjo muito singular em jogo.  Do qual se podem extrair consideráveis proveitos. Ou não.  Imprimir a Lógica de que o Gestor Familiar deve prestar contas ao  Acionista Familiar ( mesmo que seja a mesma pessoa) é fundamental e difícil. Requer muita maturidade.  Nesse sentido, uma reflexão importante que vem à tona no processo de nosso trabalho seria: ” Você como Acionista estaria satisfeito com a sua  contratação como CEO da Empresa?” É essa uma das  perguntas a serem respondidas.