A noção de Risco faz parte de qualquer Empreendimento. Interessante pensar inclusive que em inglês há um termo que evidencia com muita clareza essa realidade: “Stakeholders“. Quando surge a pergunta sobre o que está “at stake“, busca-se compreender qual a natureza dos riscos envolvidos. A existência de uma Empresa é correlata à existência de atores que sustentam (holders) um certo risco. Oferecer crédito (como fornecedor) ; oferecer talento e recursos intelectuais (como colaborador); oferecer a crença de que vale a pena consumir um dado produto/ serviço (como cliente): são circuitos de um certo risco em ação que movem a Organização.
No entanto, é muito comum que a ideia de Risco no universo dos Negócios seja compreendida fundamentalmente como uma questão financeira: pode-se ganhar ou perder dinheiro. O raciocínio procede, mas é parcial. Principalmente no Contexto das Organizações Familiares.
Recentemente fiz um vídeo que comenta algumas das dimensões do Risco em Empresas Familiares: Veja aqui
Gostaria de oferecer mais subsídios sobre a questão acompanhada da seguinte referência bibliográfica:
O texto acima referido ( no hiperlink) resgata o símbolo chinês que descreve a noção de Risco como o binômio: Perigo-Oportunidade
Em uma Organização Familiar, os perigos e oportunidades da escolha de perpetuar um negócio transcendem a métrica financeira. Talvez um dos riscos mais sensíveis e desafiadores diz respeito a qualidade dos vínculos afetivos entre os membros da Família que compartilham uma dada Sociedade (mesmo que virtualmente) e um dado compromisso profissional. Por exemplo: prestar contas para a minha irmã pode minar a nossa relação afetiva?
Não menos importante é o risco relacionado à imagem/ reputação. Zelar pelo “Honra do Nome”. São diversos os Empreendimentos cuja marca correspondem ao nome do fundador, ao nome da família. Zegna, (caso já comentado em outro texto) ilustra o fato, bem como a H. Stern para mencionarmos um caso de Empreendimento Brasileiro (para breves informações sobre Hans Stern)
Ser parte de um Empreendimento que encarna a saga de uma Família no decorrer de gerações : o risco do fracasso; o risco da falta de realização; o risco da falta de escolha; o risco da mediocridade; o risco da disputa; o risco da falta de governança; o risco do “poder subir na cabeça”; o risco de não assumir riscos; o risco da falta de inovação. São incontáveis os riscos que pairam nas Empresas Familiares. A chance de identifica-los é sempre o primeiro passo para administrá-los. E viver “a dor e a delícia” que esses perigos e oportunidades representam.
Héctor Lisondo
O Instituto Lisondo é uma Consultoria Boutique fundada em 1998 com o propósito de promover o desenvolvimento de pessoas e empresas através de propostas customizadas e bifocais (aspectos técnicos e humanos simultaneamente abordados).
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