É ambivalente o clima envolvido no que se denomina ” profissionalização de uma empresa”. Não se trata apenas de contratar executivos e estabelecer os fóruns de governança e conselhos que fariam a mediação entre a família proprietária e os profissionais chave responsáveis por materializar os planos estratégicos da organização. A família proprietária deve estar profundamente comprometida com esse projeto e atenta aos seus pontos cegos. Afinal, tal movimento consiste em uma renúncia importante: os negócios passarão a ser tocados por outros atores.
Talvez seja recorrente uma visão algo ingênua que subestime a complexidade deste arranjo. É necessário estabelecer uma relação de profunda confiança e sintonia neste modelo. Criar espaço para a contradição e divergência de uma forma madura e construtiva é um processo cultivado com paciência e investimento por ambas as partes ( pelos membros da família proprietária e pelos executivos contratados). Um exemplo interessante deste processo é o retratado no filme The Post .
O recente caso Roldão ilustra a dificuldade de uma família que efetivamente conquista esse logro: um discurso (o desejo de afastar-se dos negócios) que se cristaliza na prática.
Héctor Lisondo
O Instituto Lisondo é uma Consultoria Boutique fundada em 1998 com o propósito de promover o desenvolvimento de pessoas e empresas através de propostas customizadas e bifocais (aspectos técnicos e humanos simultaneamente abordados).
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