Pedro Bial acaba de lançar livro sobre Luiza-Helena- essa grande líder brasileira. Vale conferir a matéria completa.

Quem já teve a oportunidade de ouvir Luiza, reconhece a sua personalidade sui generis: o poder magnético de sua comunicação; a simplicidade genuína; a força do legado e inspiração transmitido pela tia; a vanguarda em iniciativas sintonizadas com as pautas fundamentais do país ( como o processo de Trainees exclusivo para afrodescendentes ou o botão de denúncia de violência contra a mulher). Uma observação: para aprofundar o tema da diversidade, recomendo o debate promovido pela Casa do Saber com o advogado e professor Thiago Amparo e Luiza Helena. Também é clássica a anedota da tocha olímpica na qual a queda de Luiza serviu de mote para uma enorme campanha promocional: ao invés do constrangimento, Luiza Helena usou o bom humor e angariou uma exitosa campanha promocional com o lema: “cair faz parte”.

O desafio da sucessão em um caso dessa natureza é fascinante: como assegurar a continuidade de um negócio no qual a figura de uma líder carismática é tão imbricada ao DNA da empresa?

Luiza Helena também revelou a sabedoria para conduzir o desafio com parcimônia e astúcia. Como diz a matéria:

“O Fred é brilhante nas conversas e na maneira como ele conduz as coisas. Uma prova disso foi a decisão dele de começar a carreira executiva fora do Magalu. E aí quando ele volta para a empresa, volta já com a bagagem e a autoridade que conquistou fora da sombra da mãe, por mérito próprio. Isso faz toda a diferença. No momento da sucessão, acho que fica notável a habilidade da Luiza como líder.  Ela contratou um coach para o Fred e chamou um CEO para fazer a transição [Marcelo Silva, que comandou a empresa entre 2009 e 2015]… Foi um quebra-cabeça executado com muito cuidado. Foi admirável. De certa maneira ela poderia apenas tê-lo indicado e acabou. Mas não seria a Luiza se ela tivesse feito isso, e não seria inteligente também. Ela sabia que autoridade não se herda”.

“Autoridade não se herda”: essa talvez seja uma das sínteses mais felizes para descrever o desafio da sucessão em empresas familiares.