O contrato social é tema infinito estudado por inúmeros pensadores. Na perspectiva psicanalítica, a obra Totem e Tabu (1914) de Freud é basilar ao descortinar que a gramática civilizatória que afasta o horizonte da barbárie é a gramática de aliança com o estabelecimento de leis. Necessariamente há renúncia individual neste arranjo – poderíamos dizer – ” vale à pena conter meus impulsos hostis que podem resultar na agressão ao outro para que eu também não seja agredido”.

Ter em vista que a pauta dos contratos em uma Organização Familiar é assunto sensível e ” escapadiço” orienta intervenções que não sejam precipitadas, ingênuas ou contraproducentes. Há muito de explícito e há muito de tácito: há muito de consciente e de inconsciente na maneira como as famílias estabelecem a forma na qual operam ( como as decisões são feitas; quais as forças de bastidores; quais os códigos na comunicação – o limiar difuso entre o humor e a ironia, por exemplo; etc. etc.).

Gostaríamos de indicar a leitura do seguinte texto elucidativo da complexidade da pauta: Bing_Smith_Social_Contract.pdf (cfar.com).

O texto sugere que a família possa cultivar uma atitude de curiosidade acerca de si mesma. James Krantz- um importante pensador no campo da abordagem psicodinâmica- sublinha como tal feito é um índice de saúde psíquica nos indivíduos e nas empresas: a abertura não reativa nem persecutória para localizar-se naquilo que traçou até aqui; naquilo que convém manter e naquilo que convém transformar.

O texto acima mencionado organiza o desafio de delinear os contratos vigentes em termos dos seguintes eixos:

• Regras e Normas
• Combinados
• Valores
• Premissas

A Empresa Familiar que assume ser uma Metamorfose Ambulante, como diria Cazuza, avança. A que compreende que é preferível ser assim avança muito mais.