” Os tigres da ira são mais sábios que os cavalos da instrução ” (Blake) – O Processo de Coaching na perspectiva da Escola de Tavistock
A ideia em torno de processos de Coaching ganha uma visibilidade expressiva nos dias de hoje. Recentemente , no aeroporto de Congonhas, fiquei impressionada com a extensão da divulgação do termo e de uma correspondente instituição de formação. A regulamentação desse campo de trabalho é tema polêmico – afinal : qual a legitimidade para alguém definir-se dessa forma – Coach? Como questão em aberto – reúne muito de bom e de ruim que tal “frouxidão” normativa apresenta.
Por um lado, pessoas de trajetórias muito interessantes e diversas têm encontrado Realização na condição de oferecer o seu conhecimento e experiência a serviço do desenvolvimento dos demais . Em muitos campos .
Por outro lado, tudo parece caber nesse processo ; nessa palavra – Coach/ Coaching . De assessorias para alimentação à técnicas de ” Comunicação Assertiva” . Além disso, ao meu ver, o campo é um prato cheio para discursos motivacionais de questionável alcance.
Eu pessoalmente tenho ressalvas com a palavra . Pergunto-me se a metáfora de um ” Treinador” / ” Treinamento” é a mais lúcida para descrever o processo na nossa abordagem.
A nossa abordagem de trabalho está afinada com a Escola de Tavistock. E isso significa realçar a contribuição da Psicanálise na leitura dos processos e, sobretudo – na leitura de nós mesmos. Significa dar estatuto de importância e operatividade ao Inconsciente . O vínculo com o nosso cliente é questão de fundamental referência . Não somos neutros – e a raiva; tédio; cansaço que podem emergir são pistas luminosas para construirmos juntos uma experiência de Transformação. Claro, isso requer uma postura de considerável humildade e paciência. Além de preparo. Não somos Deuses poderosos capazes de tudo instruir . Somos pessoas que se afetam com o processo – que erram; hesitam; têm duvidas. Mas que estão disponíveis para sofrer juntos a experiência desse encontro ; desse não saber ; dessa emoção. A vida cognitiva não está cindida da vida emocional . Aprender a ” Comunicar-se de forma mais assertiva” não é objetivo que se esgota com manual e treino. Tem a ver com explorar pontos cegos ; acolher o risco da exposição ; entrar em contato com a tonalidade de afetos e medos nessa busca.
É nesse sentido que esse breve artigo da Tavistock ( link ) nos ajuda a ilustrar um pouco de nossa ancoragem. E nos lembra desse feliz verso de Blake: ” os tigres da ira são mais sábios que os cavalos da instrução” . Vale a leitura
Héctor Lisondo
O Instituto Lisondo é uma Consultoria Boutique fundada em 1998 com o propósito de promover o desenvolvimento de pessoas e empresas através de propostas customizadas e bifocais (aspectos técnicos e humanos simultaneamente abordados).
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