Em nosso trabalho com Empresas Familiares, um eixo privilegiado de observação é o da Resolução de Problemas / Tomada de Decisões. Como ocorre o processo? Quais os atores envolvidos? Como o problema/ decisão é descrito ? Como as diferentes experiências e vértices emergem ? Como se dá a autoridade? Qual o papel das Lideranças?
Pode parecer trivial/ banal – mas descrever e compreender profundamente no que consiste a decisão / problema em questão ( e suas repercussões no contexto/ sistema) está longe de ser fácil. E investir nesse entendimento em geral vale à pena. Porque há problemas que podem ser tratados em ritmos mais dilatados. E outros que podem exigir respostas e ações mais imediatas. ” Quanto custa não tomar uma decisão? ” é uma pergunta que frequentemente vem à tona. O jogo da cerveja exposto na célebre obra de Peter Senge ” A V Disciplina” ( no capítulo : “Prisioneiros do sistema, ou prisioneiros de nosso próprio raciocínio ?”) mostra justamente como também é perniciosa a tomada de decisões precipitada e sintomática ( não – sistêmica).
O tema é complexo. E discriminar o ” Rápido ” do ” Devagar” – parodiando a obra de Kahneman ( ” Rápido e Devagar: duas formas de pensar”) muitas vezes não acontece. O que é um desperdício imensurável. Porque há coisas cujo processo de Decisão poderia se dar com mais vagar. E nesse caminho, a Família Empresária poderia encontrar inúmeras oportunidades de intercâmbios de sentido; de aprendizagens valiosas. De uma experiência de fazer “pulsar” a confiança, o prazer e a escolha desse empreendimento – risco conjunto.
Vale lembrar que em uma Família Empresária, o processo de tomada de Decisões pode ser muito bem conduzido do ponto de vista cognitivo-lógico. Mas isso não garante que todos se vejam engajados e comprometidos com ” o curso do rio” definido. Como escrevemos em outra oportunidade, entender é diferente de estar convencido.
Uma referência valiosa sobre o tema que escolhemos compartilhar é a contribuição de Edgar Schein na sua obra: ” Process Consultation”.
O autor no quadro abaixo elenca alguns eixos de análise ( Objetivos; Participação; Expressão de Sentimentos; Qualidade do Diagnóstico; Processo tomada de Decisão; Liderança e Nível de Confiança) para lançar luz acerca de como se dá o Processo de Resolução de um dado Problema. É um instrumento que auxilia o pensamento e reflexão dos atores da Empresa Familiar e de como se situam na interface dessas dimensões. A possibilidade desse debate em conjunto é um privilégio. Não é Rápido. No entanto, nunca é demais lembrar da lenta tartaruga vitoriosa na fábula de Esopo.
Héctor Lisondo
O Instituto Lisondo é uma Consultoria Boutique fundada em 1998 com o propósito de promover o desenvolvimento de pessoas e empresas através de propostas customizadas e bifocais (aspectos técnicos e humanos simultaneamente abordados).
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